segunda-feira, 9 de junho de 2008

Poema do Mancha

Dizem que sexta-feira à noite todo mundo descansa, acho que não é bem assim. Me vejo aqui sentado no fundo da sala 4 do Cefet-svs e penso, poderia estar tomando um trago mas não estou, tenho que assistir aula de administração, sorte que é só assistir porque minha cabeça está longe daqui, mas em algum momento olhei para o lado e percebi que um dos meus colegas estava se inspirando na aula para fazer uma poesia e pensei.
Será que a aula está tão boa assim para o cara fazer uma poesia ?
Mas lhe perguntei:
Estás a fazer uma poesia?
Ele respondeu com um silêncio, então percebi que não é a aula que lhe inspira, mas sim o silêncio de seus colegas.

MELLO, antônio Carlos

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Eu lembro

Eu lembro que você me disse para esperar.
E eu esperei, mas você não veio.
Eu fiquei ali parado durante horas,
Buscava uma explicação,
Esperava que você ligasse para dizer
Que algo realmente a impediu de ir me ver
Mas você não ligou, eu fiquei no frio
Durante um tempo, até que a chuva
Apareceu, talvez para confundir
O que era água com o que era lágrima
Fiquei ainda mesmo que chovendo esperando
Repetia a mim mesmo a cada minuto que passava
Que você viria, que não me deixaria só
Outra vez, mas acabei mentindo a mim mesmo
Você não apareceu, então resolvi
Entrar, não me sequei apenas sentei no chão
E fiquei de cabeça baixa olhando o piso,
Observando cada minucioso pontinho que nele havia
Mas mesmo eu tentando o bservar o mais concentrado
Possível eu lembrava de você, e isso me causava
Uma dor no peito e eu continuava ainda
Com uma pontinha de esperança que você bateria à
Porta molhada, e me daria um abraço
E que juntos nos aquecerímos, mas foi uma
Espera sem sucesso, você não veio e eu
Acordei de madrugada tossindo, com frio.
E pensando em você, olhei a hora e percebi eram
Quatro da manhã, você realmente não veio
Não era um pesadelo, era real, mais real
Do que eu gostaria,
E eu com certeza lembro.
MORAES, luiz carlos

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Eu queria

Eu queria não sofrer;
Eu queria não amar;
Eu queria não viver;
Eu queria não insistir;

Eu queria não ter coração;
Eu queria não respirar;
Eu queria não precisar;
Eu queria não esperar
Eu queria não chorar;
Eu queria não dormir;
Eu queria não sonhar;
Eu queria não acordar;
Eu queria não me decepcionar;
Eu queria não ser humano;
Eu queria não aguentar;
Eu queria ...
... não querer.
MORAES, luiz carlos

A História é essa

Eu estou perdido, e você não pode me encontrar. Estou em um bar agora, bebendo um conhaque, mas não se preocupe, eu estou sozinho, mas isso não é novidade. Desde que você se foi eu fiz poucas tentativas. Já desisti, desta vez eu percebi no início que não adiantaria.
Esse garçom já deve estar enjoado do meu rosto, mas continua a me servir e não reclama de ouvir sempre o mesmo nome, o seu e do quanto a amo.
Não se preocupe mais comigo, entendo agora como não entendia antes porque você me deixou. E esse frio que tem feito, faz eu pensar ainda mais o quanto gostaria de estar deitado com você e que ao invéz do cigarro os seus lábios estivessem tocando os meus mas é o conhaque que me esquenta eo cigarro que me beija. E agora o bar precisa fechar, e eu tenho que ir embora já faz tempo que tudo é estranho mas a noite continua igual, mais fria, mas o céu continua normal, estrelado com nuvens e a lua, é a lua, ela também continua lá no mesmo lugar. É a única que parece solidária com a minha dor, continua a iluminar minhas noites tristes, e mesmo em seu explêndor ela não me faz distrair e te esquecer, mas lembrá-la cada vez mais e eu tento tornar suportável a sua ausência, mas ... sinto muito.
MORAES, luiz carlos