segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mais uma vez de novo, Um dia!

Mais um dia se passa.
Novas dores, novos amores.
Novo tudo, novo mundo.
Novo dia, nova apatia.
Novas velhas sinceridades, novas velhas verdades.
Tudo que vivemos, tudo que sofremos.
Tudo fica, tudo vai, tudo se esvai.
Lamento algumas coisas que vivi.
Infelizmente são frutos do que sofri.
Até um dia.
Morri.

Lcarlos- No

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Breve encontro

E o dia se fez noite em alguns minutos, foi-se a calmaria, transformou-se em agitação e frio.

Começou como quase sempre, o sol foi desaparecendo encoberto por nuvens, densas e pesadas nuvens, assim aparentavam.

Escuras, ceifando os raios de sol ainda restante, simultâneo a isso uma leve brisa começava a despentear os indivíduos presentes, e a levantar a poeira acumulada, resultado de tantos dias sem chuva.

Assim chegou, e a aparente despretensão transformou-se em vendaval, chuva intensa, provocando o corre-corre de 'fecha a porta', 'recolhe a roupa do varal', 'guarda a moto', 'o carro', enfim o que precisasse ser salvo da tempestade.

Foi passageira e intensa.

Bastante barulho, muita água.

Passou, que alívio, todos bem não muitos estragos, as plantas e os plantadores agradecem, precisam ser também colhedores e a chuva faz muita diferença, como faz.

O temporal passou, mas levou consigo a energia elétrica da qual nos tornamos tão dependentes, e como as coisas ficam difíceis sem eletricidade, nada do que estamos habituados funciona.

Em meio a turbulência, um breve encontro para uma conversa, coisa que se torna rara quando até com a pessoa ao lado fala-se pelo telefone ou por e-mails.

Ah, como por alguns minutos foi possível voltar ao passado, relembrar o 'velho liquínho', as lamparinas de óleo diesel, as 'picumãs' do telhado, as conversas em torno do fogão à lenha, as histórias dos meus velhos, uma curta viagem no tempo contada aos presentes, incrédulos de que eu possa ter vivído.

Enfim a energia se restabeleceu, cada um voltou aos seus afazeres, continuamos na correria diária, ao som de uma televisão, e do liquidificador, e um som do vizinho, do computador e do celular, que agora já estava com sinal e 'tocando'.

Próxima chuva, a aguardamos, uma pequena parada é às vezes mais do que necessária.

MORAES, luiz carlos.



domingo, 14 de agosto de 2011

Coração

O infeliz se acelera e ressoa com se avisasse, como se quisesse alertar-me do quanto o tenho maltratado.

Eu atendi os avisos, ele que não entendeu o propósito do intento.

A minha velha mania de testar meus limites, de abraçar a dor e a tristeza, somente para descobrir onde ambas me levarão.

A coragem de embrenhar-me pelas vielas escuras de lugares inseguros, por sentimentos que já não se contentam com as ausências.


(Textinho perdido, escrito a muito muito muito, opss nem tanto assim, tempo.)

MORAES, luiz carlos

terça-feira, 31 de maio de 2011

'Mafalda'

Dizem que o primeiro tombo a gente não esquece, eu esperarei que o tempo confirme a afirmação, pois só recentemente aconteceu.
Meu tio tem um versinho que usa bastante, algo como _ "Me contou um ciclista que montou e nunca caiu, me desculpa amigão mas aí, mentiu para o tio".
Muitos riam quando eu contava que nunca havia caído de moto, meu tio inclusive, eu não sabia como era a sensação, por outro lado, de bicicleta cai tantas vezes e de tantas formas, que as marcas sobram espalhadas pelo corpo.
Bom aconteceu, madrugada de sábado, irresponsabilidade e parceria, a segunda me levou a primeira.
Eu levantei preocupado após a queda, após verificar que estava tudo bem fui socorrer a 'Mafalda', que estava estendida no meio do asfalto, em silêncio, corri até ela e percebi que eu mancava um pouco, ainda assim continuei, cheguei até ela, ajudei-a a levantar, e percebi que haviam escoriações bem relevantes nela.
Mafalda, é o nome da motocicleta que eu pilotava no momento da queda, que agora estava bem 'estragadinha'.
Sim, ela tem nome, e alguns dirão: Mas como é tosco, onde já se viu.
É minha, tem e ainda terá muito do meu suor ali, é uma conquista, e quem disser uma bobagem tamanha, é porque desconheçe a sensação, no mínimo algum play folgado que nem sabe no que o papai trabalha.
Sim, foi dificil conquistá-la, é dificil mantê-la, e só eu sei o que ela representa, se tornou uma extensão de mim, e por isso o carinho e o prazer em pilotá-la, de poder dizer 'é minha', sem nem um receio de que alguém diga o contrário, a mesma sensação de poder andar de cabeça erguida sem medo de que te apontem o dedo, ou digam que tu se vendeu.
Mafalda, aa Mafalda, das vezes que me carregou nem sei como, das vezes em que esteve no ''piloto automático'', que me levou a lugar que eu nem tenho palavras para descrever, das situções que foram possíveis por que estava ali, pronta para qualquer caminho, qualquer situação. (continua _ 'eu acho'. hehehe).
MORAES, luiz carlos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quando os mortos ressurgem

Enterrou sentimentos com toda a pompa e honra que achou que merecia a mulher amada.
Chorou e quase chegou a rezar por ela.
Lamentou e lembrou do quanto foram felizes, de tudo que viveram, da história que criaram, da vida que perderam.
Como toda a perda, ele sofreu, e sentiu como se aqueles dias não fossem chegar ao fim, como se tanto sofrimento não tivesse uma razão para acabar.
O aperto no peito por ter de enterrar tanto amor causava a angústia dos momentos tristes, enquanto ela sorria feliz, vivendo sua vida, ele morria um pouco mais a cada novo dia, destruindo suas esperanças e matando aos poucos o seu coração.
MORAES, luiz carlos

terça-feira, 24 de maio de 2011

Devaneio

A tempos no olhar perdido, eu não via mais o teu sorriso, eu escondi ele em algum lugar que eu não pudesse encontrar.
Escondi medos e lembranças por não querer lembrar.
Não queria o som da tua voz em mim, nem mesmo a simples mencionar do teu nome.
Não queria nada que me remetesse a tudo o que possa ter sido.
Eu passo os dias como se nada pudesse me atingir.
Porém sou pego de surpresa da forma mais covarde, traído pelo meu próprio subconsciente, que insiste em mostrar coisas que não quero ver.
A maneira de olhar e sorrir, assim como a maneira como cruza as pernas sobre a cadeira como se estivesse fazendo yoga.
Ainda assim não sucumbi nem em sonhos, o que poderia se dizer que é um sinal.
Sinal? De que? De que me servem sinais?
Tive medo sim, sentimento bem tosco esse da humanidade, que nos faz pensar e repensar até quando o melhor seria viver.
Pesadelos que me atingiram bem mais, ainda voltam mas agora, não causam o mesmo efeito, ao contrário eles enfraquecem enquanto eu ... a eu me vejo escrevendo bobagens para passar o tempo que não tenho.
MORAES, luiz carlos.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Onde andei

E em um segundo a minha cabeça pareceu querer explodir.
A dor intensa de quem vê o que não gostaria.
Ela estava lá, nos braços de outro, sorridente como um Mineiro ao encontrar jazida.
Eu ainda suportei a visão alguns segundos, antes de sair do local antes de ser percebido.
Óbvio que isso, foi o que pensei não o que realmente aconteceu.
Minha presença foi sentida, percebida e notada sem que eu soubesse naquele momento de tantas Coisas se passaram em tão pouco tempo.
Soube ainda que depois que eu saí e fui embora, levei aquele mesmo sorriso que antes vira em seu rosto, que aquela luz que a iluminara se foi, não e sim pela minha partida, pois assim não precisava fingir tanta alegria, sabendo que naquele momento me causaria dor e angustia vê-la tão contente.
Enquanto me afastava, com olhos marejados de saudade daquele sorriso que outrora era meu sol das manhãs de domingo, cevando o mate frente as casa, eu somente podia correr, e foi o que fiz, acelerei tudo o que podia, quanto mais a adrenalina aumentava mais eu corria, até o limite, sabia que não adiantaria, correr não é o suficiente para fugir, não dos sentimentos.
Chegou um momento em que eu fui drasticamente puxado para longe de tudo isso, quando percebi estava ao seu lado, acariciando seu rosto enquanto admirava a graça daquele olhar, lembranças do que antes acontecera haviam desaparecido, encontrava-me em ambiente estranho, onde luzes de vela iluminavam uma mesa com taças de vinho e rosas vermelhas, não sabia como chegara ali, ainda assim beijei-a, que lábios doces e macios, que saudade escondida naquele momento surreal de paixão e amor, misturados a desejos já não escondidos.
Jantamos enquanto falávamos de dias passados, planejando dias futuros, onde logo seríamos mais que dois.
Nos encaminhavamos até a porta, quando eu a perdi, olhei em volta e já não conseguia encontrá-la, me vi frente ao espelho, os olhos tristes e a visão levemente turva, tentei balbuciar palavras aquele rosto estranho e cansado ali à minha frente, mas uma voz embargada e uma tosse sairam ao mesmo tempo em que a pergunta era feita: Quem é você? Não houve resposta.
Saí daquele banheiro e deparei-me em um bar, ao que tudo indica a horas eu ali estava, uma única mesa vazia, com alguns pertences sobre ela que reconheci de imediato serem meus, o casaco e as chaves, que ainda adornavam o velho chaveiro, ou o que restara dele, que a muitos anos eu ganhara de alguém que agora percebia, eu nunca mais tive noticias.
Ao lado o copo de wisky e o cigarro, uma música estranha animava o ambiente que apesar de frequentado, ao mesmo tempo silencioso, um cheiro de tequila e cigarro barato inundava o ambiente, cheguei a conclusão que aquela era a minha mesa, pedi mais uma dose, e como acontecia a algum tempo não soube como cheguei ali. Embora eu devesse frequentar o local a alguns tempo, pois a moça que atendia chamou-me pelo nome enquanto perguntava se eu beberia o mesmo, apenas acenei com a cabeça que sim.
Continuei sentado ainda um tempo, terminei o wisky acendi o cigarro e fui embora, chovia e fazia frio, puxei o casaco e continuei andando, sem saber onde ir, e então ouvi um som estranho, quase irreconhecível, tentei ignorar mas o som continuava, a cada vez ficava mais intenso, então lembrei onde eu estava, sim, eu estava ali deitado em minha cama, era o celular que me chamava do estranho sonho, o sol já iluminava o novo dia e eu, eu tinha a chance, a possibilidade de mudar tudo o que acontecera no estranho pesadelo misturado de sonho, ao mesmo tempo a angustia de que a ultima parte fosse real e que o fim dos dias estivessem mais próximos, levantei e saí para a vida corrida.
MORAES, luiz carlos.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vinhedos

O que dizer? Algo menor que magnífico não se aplica.

Isso deve-se ao fato de ser apenas uma visita, quem trabalha aqui, pode não compartilhar essa opinião.

Mas é estranho me sentir em casa em um lugar tão distante do que chamo de lar.

Tudo é encantador, a serra, os vinhedos, as edifcações, e para onde o cérebro nos leva quando observamos tudo isso.

Assim não é dificil entender sonhos e o que se faz para realizá-los.

Chegarei lá, meus méritos, não importa o quanto demore, a casa de pedra com cercas brancas ainda está bem viva, e combina tanto com esse lugar.


(Visitando as 'masmorras' da Casa Valduga - Serra Gaúcha 2011 )

MORAES, luiz carlos.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Quando crescer

As perguntas que gritam com mais frequencia são aquelas que eu mais penso, e ainda assim menos sei a respeito.

Uma delas é: E quando eu crescer?

Não refiro a altura, ( só para constar ) pois 1,75m já é o suficiente, não tenho a pretensão de ser jogador de basquete.

Você pode ler o título e dizer que eu já cresci, me sinto um guri ainda, com as responsabilidades de homem, mas ainda assim ... um guri.

Eu sei apenas o que não quero quando crescer, e uma delas, é que as pessoas mandem nos meus sentimentos, não importa o preço, quanto a isso, serei livre.

Posso ter um chefe no trabalho, que me dirá o que fazer, me dará ordens, estipulará metas e eu farei. Mas não deixarei jamais que me digam de quem gostar, porque gostar, com quem deveria ter meus relacionamentos, que manipulem meu discernimento, talvez por isso questione tanto tudo.

Eu era adolescente(ainda sou segundo me informaram) e não havia ouvido tamanho absurdo, e não será depois de 'crescido' que irei tolerar, não, comigo não.

Personalidade, burrice, chamem do que bem entenderem e quiserem, mas irei até o fim e prefiro sim, se tiver que morrer que seja pelas minhas idéias e ideais, pelo que acredito, e não pela 'pilha' dos outros.

(Algum lugar, retornando da Serra Gaúcha).

MORAES, luiz carlos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Pessoas

Eu observo pessoas, não tenho uma explicação plausível para isso, a não ser é claro o fato de também ser um 'humano'.
Não sou estudante de psicologia, o que de certa forma me daria embasamento para isso, embora eu suspeite que ninguém goste de ser analisado.
Fico apenas observando, o mais discreto possível os gestos, sorrisos, atitudes e claro o ambiente que isso acontece, a interação com os outros indivíduos e mesmo sozinhos.
É imprescindível para isso, que a ou as pessoas não saibam disso, ou automaticamente elas mudam o comportamento e tudo o que foi observado até o momento é descartado.
Olhando as pessoas reconheço algumas atitudes minhas nos outros, e talvez eu faça isso para compreender-me melhor.
De certa forma isso me ajuda a encarar as mais diversas situações com mais tranquilidade, com frieza, porém em outras situações faz com que eu reflita em silêncio, pois se falasse algo a minha voz seria embargada e um misto de raiva, dor e desesperança seria expresso com tanta verdade e com uma ponta de vergonha que não causaria espanto ao interlocutor as lágrimas no meu rosto.
É bom ver que as pessoas são um pouco mais forte que a aparente fragilidade que demonstram, sim, alguns vão sucumbir, mas mesmo assim terão coragem para achar uma saída, pode não ser a sonhada, mas ainda assim uma saída, uma escolha.
Eu vejo pessoas sorrindo, felizes, que tal olhar um pouco mais de perto? É um clichê mas faz sentido, nem tudo o que parece é, o sorriso é para não preocupar, não magoar, quem você quer proteger, as vezes você sorri apenas para tranquilizar os demais, fingir que está tudo bem.
Observando, eu aprendi também a 'observar' quando estou sendo observado, e sim, as pessoas perdem a naturalidade quando percebem, meu caso nesse momento.
24/03/11 Dentro do ônibus em algum lugar da Serra Gaúcha.
MORAES, luiz carlos

Ninho

Eu poucas vezes trouxe pássaros estranhos ao meu ninho.
O ninho é algo a ser preservado, pode ser um ninho de pássaros, ou vampiresco.
Eu a trouxe para dentro, para ver de onde eu vinha, de onde provém toda a minha estrutura.
Você chegou, e acabou conquistando o teu espaço, um espaço que nunca havia sido ocupado por ninguém até o momento.
Eu poderia dizer que esse espaõ nunca se preenchido.
Todos a admiram e admiraram, talvez pela sua simplicidade e inocência, aquela que havia no teu olhar em tempos de outrora.
Aquele sonho de viver feliz, mesmo que na simplicidade de um desejo contido de uma vida juntos.
E me descobri forte, por voçê, pelas tuas fragilidades, eu era forte suficiente por nós dois.
É claro e óbvio que eu pensei em desistir, mas não consegui, me apeguei a ti, ao teu carinho, teu sorriso, e ainda hoje enquanto estou aqui em frente ao computador escrevendo, eu a sinto, e um enorme vazio no peito se destaca, porque eu escolhi tarde demais, na verdade você escolheu pela simpatia, carisma e aquele olhar.
Sim, o meu ninho, que a acolheu e fez de você parte dele, e não havia diferença entre eu e você, pois éramos um só integrante do ninho, deixamos de ser dois assim que nos tornamos bem mais que amigos.
Hoje meu desejo seria: Retorne, veja o quanto é importante e faz falta ao ninho, o quanto é importante em nossas vidas, o quanto sentimos a tua ausência.
Preciso da minha força de volta.

(Em algum lugar perdido no espaço tempo entre o real e a ilusão.)

MORAES, luiz carlos

terça-feira, 22 de março de 2011

Estrada

Estranho fascínio pelo caminho mais tortuoso, seria tão fácil apenas pegar uma reta e partir.


Embora a estrada a cada dia me chame, ainda estou preso a algo que não sei bem o que é, e a cada vez que eu saio com os cabelos ao vento desejando nada além de dez segundos de paz, para ser livre, mas depois que essa sensação passa, a estranha de necessidade de voltar.


É incrível a influência da noite em minha vida, da lua, das estrelas, e até mesmo das noites em que nenhum farol é suficiente para iluminar por mais de dez metros da estrada.


Ah, essa estrada, me leva até onde eu quero ir, mas me manda de volta com a mesma facilidade.


Sim, eu já considerei não parar em lugar algum, apenas seguindo em frente, até chegar ao fatídico ponto que não há retorno.
Estrada, ela está aí para quem quiser, não importa se vai dar em um beco, uma viela escura com um coração partido e uma faca na mão.
Ou se vai dar em um jardim florido, com uma foste de pedra e uma cascata.
Se vai dar no topo do cerro, ao lado dos eucaliptos, cercas brancas, e uma trilha até a clareira do chimarrão.
Não importa, o importante é não ir na contramão, 'superman' nem pensar, e ainda assim sorrir ao levantar, a estrada não é toda florida e cheia de vida.
Cabe a nós enquanto assim depender, torná-la o mais aceitável e viver, sair um dia sem rumo, e ao final voltar para casa, mas a semente foi plantada.
Algumas coisas não mais farão tanto sentido. Se está indeciso __ Estrada __ .
MORAES, luiz carlos

domingo, 20 de março de 2011

Minha amada, A LUA

Minha amada lua, sim, tão distante, nem posso tocá-la, não sei se tem cheiro, sei apenas que a gravidade por lá é bem menor.
Mas falo de uma lua diferente, não a que os Americanos inventaram que lá estiveram, um lugar físico, embora ela ainda hoje estivesse enorme e imponente refletindo a luz do sol e nos iluminando.
Escrevo sim sobre essa mesma lua, mas não como um lugar de crateras e atmosfera de ar rarefeito.
Escrevo como um poeta escreve sobre sua musa inspiradora, escrevo como se estivesse em um porão com uma pena na mão e um pergaminho, e pelo minúsculo vão entre uma tábua e outra, pudesse enchergá-la e cá de minha masmorra eu apenas posso senti-la, posso vê-la, e é como se as esperanças fossem renovadas, como se visse aquela senhora idealizada pelo meu recriado mal-do-século, como se eu devesse estar a um ou dois séculos atráz.
Eu me perco pelos caminhos do sonho dos devaneios enquanto a observo. Quantas vezes já me acompanhou, e já me serviu como terceiro olho. Quantas vezes me afagou e não me deixou sucumbir, embora eu tenha tentado em meio a chuva e um frio de verão sufocar-me molhado ao relento, ela surgia sempre mandando a chuva embora.
Me perco e nem quero calcular em números, quantas vezes já foi minha única e melhor ouvinte, quantas suplicas a fiz, quantos pedidos, quantos agradecimentos.
Em noites quentes, ou mesmo de um calor insuportável, não considero gastar meu tempo, mas invisto meu tempo a admirá-la.
Repito, tão distante, e mesmo assim tanta admiração mantenho por ti. Como pode me acalmar a ponto de eu esticar-me na grama, e ficar tanto tempo vagando no espaço/tempo e em lugares que nunca estive, mas que me parecem velhos lugares de outrora, de outras vidas talvez. Mas a pergunta que me faço é quantas ainda me restam, e no fundo não me importo, quero mais é gastar todas elas o mais rápido que eu puder.
A lua, ... explêndida, sob a luz dela ... me faltam adjetivos.
Sendo assim, continuarei a amá-la, a admirá-la, e enquanto eu existir, enquanto o Ultra-romantismo me poupar, me tornarei um decadente admirador, e mesmo que eu a alçance um dia ainda assim poderei não ser feliz, mas serei melhor do que hoje sou.
Espero que eu possa sair desse porão e também comtemplar a luz do sol, para que meus olhos parem de doer com a mudança de intensidade da luz, que eles se habituem logo.
A luz que reflete, me faz acreditar, que o que há de belo está na maneira como olho e que talvez esteja em mim, impregnado demais esse amor, mas ainda assim não será hoje que dele me desvencilharei para admirar quem sabe a flor de uma roseira sob o orvalho, o canto do pássaro que acaba de construir seu ninho, preciso apenas forjar minha armadura, e torná-la indestrutível, não recuar perante situação alguma, não importando o quão adversa seja.
Moraes, luiz carlos.

sábado, 5 de março de 2011

Ainda assim um dia

Um dia eu vou cansar, de tanta dor, cansar de achar respostas para tudo, até para o que não tem resposta, mas só para que por alguns instantes eu ache um sentido.
Um dia, eu nem vou lembrar de como é ter um coração, será um dia grandioso, embora o buraco aqui no peito já seja enorme dando indicios desse dia, ainda existem sinais.
Um dia, nada do que escrevi, nada do que eu disse fará sentido, não mais entenderei a grandiosidade dos sentimentos gastos.
Um dia, eu vou estar sentado lembrando de como eu era, e as velhas lágrimas tocarão o meu rosto.
Um dia eu só precisava de um abraço, um carinho, alguém que realmente se importasse, que não fosse um 'tudo bem?' automático, mecanizado.
Um dia eu queria acreditar, mas muito mesmo, e me empenhei tanto nessa tarefa, que passei a acreditar demais.
Um dia eu simplesmente abri os olhos e caiu o pedaço do espelho que me fazia enchergar a distorcida realidade dos sonhos.
Um dia tudo que se quer acreditar, que se sonha aconteçe, mas só você encherga esse mundo paralelo, enquanto tudo desaba.
Ainda assim um dia, tudo muda, você muda, seus sentimentos e ilusões, e se sobrevive enquanto se tolera a carga que lhe é imposta a carregar.
MORAES, luiz carlos

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ponteiros

Um café, o computador, e uma tela vazia, branca.
Não, o cigarro não está presente, é o elemento que falta na combinação.
O lugar também não é o tipo que permitiria.
Um restaurante é o lugar, e o café poderia sem muita alteração, por um Grant's duplo, não não, triplo e a essência continuaria, ainda faltando o maldito cigarro.
Mas continuará faltando, não fumo, deve-se a isso o péssimo hábito de seguidas vezes colocar um palito na boca e 'tragar' a nicotina imaginária ali presente.
Mas não são esses os elementos que me levam a escrever, ( a bebida talvez tenha alguma participação ) ... mas sim os meus desamores, as minhas coleções de decepções.
Alguém disse-me um dia que não criava expectativas e não fazia projeções, assim a decepção seria menor.
Comigo não funciona, sou todo coração, e alguém já disse isso, e como não lembro o autor, que isso sirva como os créditos, algo como não consigo me doar pela metade, não posso me doar pela metade, meios sentimentos, meias expectativas. Não, não vejo problema em quem o faz, de certa forma admiro.
Nunca saimos 'inteiros' de qualquer que seja a situação. O problema é, quantos pedaços é preciso perder por aí, para que fique dificil até para nós reconhecermos a figura no espelho.
Quanta dor, e quando escrevo dor, não é como uma figura de linguagem, é algo que ultrapassa a barreira e passa a ser físico, náuseas e tudo mais ( se bem que as náuseas podem ser vestígios daquele red hehehe) ... não, não são.
Antes que algum provável leitor indague a sucessão de negativas, é exatamente essa a intenção.
Apenas retratando a batalha interna que tenho travado nas últimas semanas ... e ainda outro dia quando eu resumi em uma única palavra como 'perdido', nem imaginava o quanto significava 'perdido'.
Nada, não significava n-a-d-a, não mudou, não alterou.

Moraes, luiz carlos

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Guardanapos de Bar

Ainda não havia chovido, mas já tinha arco-íris.
Fiquei observando, e ... que cores lindas!
Que combinação!
(vou continuar com o original embora relutante).
Quando se está apaixonado, se observa certas coisas que, antes parecem tão comuns.
Sim, eu já vi vários arco-íris.
Mas esse, ah! esse, era transparente a figura do 'meu' anjo, da mulher amada.
Pela beleza e o explendor com que engrandecia o céu, tornando-o ainda mais belo.
Sim, me 'bateu' a saudade, daquele olhar, das palavras doces, do teu sorriso, como eu quis ligar e te dizer o quanto te amo, o quanto é importante para mim.
Não o fiz!

Moraes, luiz carlos.

Viver

As alegrias de uma vida de espera um dia vem, e é preciso viver apenas, sem perguntas, porque as respostas vem naturalmente.
Dias ruins sempre existirão, a vontade de desistir também, e é isso que nos torna mais forte, persistir mesmo com as possibilidades contrárias, (desfavoráveis).

Moraes, luiz carlos.

sábado, 27 de novembro de 2010

As noites

Quentes ou frias, não importa, permaneçem vazias, sem o teu carinho, teu cheiro, teus belos olhos.
Eu sigo respirando e o coração involuntariamente batendo, caso tivesse escolha acho que ele não o faria.
Meus sonhos, nossos sonhos, onde foram ? Me pergunto em que momento tudo se perdeu.
Não sou perfeito, e sinto a tua ausência, e pensar que eu cheguei desejá-la.
Pois é, eu também não entendo.
Moraes, luiz carlos

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

E Estando só ?? viverei ?

A taça se esvazia, mas meu coração não.
Continua perturbado com tanta dor, nem sei se continua a bater, já não sinto.
Um pouco da 'humanidade' aqui presente se foi a muito tempo, mas ainda restou algo, preservei e tentei cultivá-lo, para que se recuperasse e se reproduzisse, enchendo o peito de alegria, para que novamente eu sentisse o que havia perdido, não me refiro ao irrecuperável, mas sim ao pouco de bondade que existe em cada um, aquela parte que nos faz viver, nos faz superar todos os obstáculos, todas as dores e tristezas.
Não consegui, obtive êxito em um primeiro momento, mas as chances estavam contrárias e não vi. O destino joga contra, sempre jogou. Não sei o que é, não sei o que me tornei, mas como posso ver sem sentimentos ainda não estou, caso contrário não estaria doendo.
A dor maior já aconteceu a muito tempo, mas você me ajudou a recuperar a sanidade.
Em um dia que o mundo estava todo sobre mim, VOCÊ me ajudou a carregá-lo, o que tornou suportável aquela dor, mas e se agora eu também precisar de 'outra' alguém para suportar a mágoa, o sofrimento, as barbáries que o mundo me impõe e não me dá nem a chance de questionar??

MORAES, luiz carlos

Voltando

Depois de tanto tempo ocioso, aqui novamente, melhor lugar para colocar as angústias. Aqui eu me curei uma vez, duas, três e quatro, opa, já coloquei umas carretas na frente dos bois mas um pouquinho de previsão do futuro não faz mal a ninguém.
Talvez agora eu escreva o livro que a anos planejo e ainda tem apenas 'duas linhas' escritas.
Pensamentos que me torturam, melhor que fiquem expostos aqui do que venham a ferir alguém.
E sim, é claro que eu não esqueci.
"Tu sempre com essas tuas frases, esses teus poemas."
Deixe-me, opa já me deixou então deixe-me escrever, cada um com sua maneira de suportar.
Poemas são apenas poemas, embora eu não denomine o que escrevo de poema. São apenas frases entrelaçadas que teimam em queimar a minha mente, fazendo com que ela quase exploda, até o momento que eu exponho. Alívio, esse é o termo após cada postagem, desabafo. Não curam mas amenizam ao menos por alguns minutos.

MORAES, luiz carlos

domingo, 17 de janeiro de 2010

...

Sem titulo, é isto que se vê, além do que se pode imaginar um coração,
é quase impossivel sentir o seu pulsar, sem inspiração a tanto tempo, tantos dias
sem doer ... quando menos se espera se paga o preço por acreditar, por baixar a 'guarda'.
Apenas mais um tolo por se deixar ferir, por não resitir, achar que poderia coexistir
lado a lado com o passado, o vivenciando a cada dia novamente até se tornar presente,
mais presente ainda que o ar que agora está em meus pulmões me fazendo viver.
Impossivel de prever, será ? é eu sei q naum. ...


MORAES, luiz carlos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Aqueles dias

Existem uns dias que tu acorda e o sol já toca o teu rosto.
Nesses mesmos dias, não porque o sol toca o seu rosto.
Mas por vários motivos que cabe somente a cada um;
A primeira coisa que se faz é passar a mão no rosto;
Por consequência voce desliza ela até o cabelo;
E começam as perguntas, as que se faz a sí mesmo;
Que normalmente não possuem respostas cabíveis;
Você fecha os olhos novamente e se afunda no travesseiro;
Se perguntando porque tem de acordar;
Novamente tu abre os olhos, e ve que o sol tá tentando te ajudar.
Então pega a primeira bermuda que ve e ainda sem camisa e de chinelo;
Vai até a porta, antes disso sem querer passa em frente ao espelho;
E se pergunta o que aconteceu para essa cara de ressaca;
Senta em qualquer lugar sem entender a sensação de abatimento;
Olha o sol e ele machuca os olhos;
Toma um pouco de água e começa a lembrar tudo que aconteceu.
Agora sim realmente não precisava ter acordado.
Tudo por ela, as loucuras, a bebedeira, as lágrimas.
E agora sim. Você acorda de verdade e vê que são somente as lembranças do passado.
Que insistem em querer te fazer voltar, em querer que você afunde.
É, ainda bem que foi só um pesadelo.
Aquele passado já não me afeta, nem os fantasmas desse tempo.
Será? Também não sei, mas quando estou acordado pelo menos.

MORAES, luiz carlos