E o dia se fez noite em alguns minutos, foi-se a calmaria, transformou-se em agitação e frio.
Começou como quase sempre, o sol foi desaparecendo encoberto por nuvens, densas e pesadas nuvens, assim aparentavam.
Escuras, ceifando os raios de sol ainda restante, simultâneo a isso uma leve brisa começava a despentear os indivíduos presentes, e a levantar a poeira acumulada, resultado de tantos dias sem chuva.
Assim chegou, e a aparente despretensão transformou-se em vendaval, chuva intensa, provocando o corre-corre de 'fecha a porta', 'recolhe a roupa do varal', 'guarda a moto', 'o carro', enfim o que precisasse ser salvo da tempestade.
Foi passageira e intensa.
Bastante barulho, muita água.
Passou, que alívio, todos bem não muitos estragos, as plantas e os plantadores agradecem, precisam ser também colhedores e a chuva faz muita diferença, como faz.
O temporal passou, mas levou consigo a energia elétrica da qual nos tornamos tão dependentes, e como as coisas ficam difíceis sem eletricidade, nada do que estamos habituados funciona.
Em meio a turbulência, um breve encontro para uma conversa, coisa que se torna rara quando até com a pessoa ao lado fala-se pelo telefone ou por e-mails.
Ah, como por alguns minutos foi possível voltar ao passado, relembrar o 'velho liquínho', as lamparinas de óleo diesel, as 'picumãs' do telhado, as conversas em torno do fogão à lenha, as histórias dos meus velhos, uma curta viagem no tempo contada aos presentes, incrédulos de que eu possa ter vivído.
Enfim a energia se restabeleceu, cada um voltou aos seus afazeres, continuamos na correria diária, ao som de uma televisão, e do liquidificador, e um som do vizinho, do computador e do celular, que agora já estava com sinal e 'tocando'.
Próxima chuva, a aguardamos, uma pequena parada é às vezes mais do que necessária.
MORAES, luiz carlos.
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