quarta-feira, 30 de março de 2011

Quando crescer

As perguntas que gritam com mais frequencia são aquelas que eu mais penso, e ainda assim menos sei a respeito.

Uma delas é: E quando eu crescer?

Não refiro a altura, ( só para constar ) pois 1,75m já é o suficiente, não tenho a pretensão de ser jogador de basquete.

Você pode ler o título e dizer que eu já cresci, me sinto um guri ainda, com as responsabilidades de homem, mas ainda assim ... um guri.

Eu sei apenas o que não quero quando crescer, e uma delas, é que as pessoas mandem nos meus sentimentos, não importa o preço, quanto a isso, serei livre.

Posso ter um chefe no trabalho, que me dirá o que fazer, me dará ordens, estipulará metas e eu farei. Mas não deixarei jamais que me digam de quem gostar, porque gostar, com quem deveria ter meus relacionamentos, que manipulem meu discernimento, talvez por isso questione tanto tudo.

Eu era adolescente(ainda sou segundo me informaram) e não havia ouvido tamanho absurdo, e não será depois de 'crescido' que irei tolerar, não, comigo não.

Personalidade, burrice, chamem do que bem entenderem e quiserem, mas irei até o fim e prefiro sim, se tiver que morrer que seja pelas minhas idéias e ideais, pelo que acredito, e não pela 'pilha' dos outros.

(Algum lugar, retornando da Serra Gaúcha).

MORAES, luiz carlos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Pessoas

Eu observo pessoas, não tenho uma explicação plausível para isso, a não ser é claro o fato de também ser um 'humano'.
Não sou estudante de psicologia, o que de certa forma me daria embasamento para isso, embora eu suspeite que ninguém goste de ser analisado.
Fico apenas observando, o mais discreto possível os gestos, sorrisos, atitudes e claro o ambiente que isso acontece, a interação com os outros indivíduos e mesmo sozinhos.
É imprescindível para isso, que a ou as pessoas não saibam disso, ou automaticamente elas mudam o comportamento e tudo o que foi observado até o momento é descartado.
Olhando as pessoas reconheço algumas atitudes minhas nos outros, e talvez eu faça isso para compreender-me melhor.
De certa forma isso me ajuda a encarar as mais diversas situações com mais tranquilidade, com frieza, porém em outras situações faz com que eu reflita em silêncio, pois se falasse algo a minha voz seria embargada e um misto de raiva, dor e desesperança seria expresso com tanta verdade e com uma ponta de vergonha que não causaria espanto ao interlocutor as lágrimas no meu rosto.
É bom ver que as pessoas são um pouco mais forte que a aparente fragilidade que demonstram, sim, alguns vão sucumbir, mas mesmo assim terão coragem para achar uma saída, pode não ser a sonhada, mas ainda assim uma saída, uma escolha.
Eu vejo pessoas sorrindo, felizes, que tal olhar um pouco mais de perto? É um clichê mas faz sentido, nem tudo o que parece é, o sorriso é para não preocupar, não magoar, quem você quer proteger, as vezes você sorri apenas para tranquilizar os demais, fingir que está tudo bem.
Observando, eu aprendi também a 'observar' quando estou sendo observado, e sim, as pessoas perdem a naturalidade quando percebem, meu caso nesse momento.
24/03/11 Dentro do ônibus em algum lugar da Serra Gaúcha.
MORAES, luiz carlos

Ninho

Eu poucas vezes trouxe pássaros estranhos ao meu ninho.
O ninho é algo a ser preservado, pode ser um ninho de pássaros, ou vampiresco.
Eu a trouxe para dentro, para ver de onde eu vinha, de onde provém toda a minha estrutura.
Você chegou, e acabou conquistando o teu espaço, um espaço que nunca havia sido ocupado por ninguém até o momento.
Eu poderia dizer que esse espaõ nunca se preenchido.
Todos a admiram e admiraram, talvez pela sua simplicidade e inocência, aquela que havia no teu olhar em tempos de outrora.
Aquele sonho de viver feliz, mesmo que na simplicidade de um desejo contido de uma vida juntos.
E me descobri forte, por voçê, pelas tuas fragilidades, eu era forte suficiente por nós dois.
É claro e óbvio que eu pensei em desistir, mas não consegui, me apeguei a ti, ao teu carinho, teu sorriso, e ainda hoje enquanto estou aqui em frente ao computador escrevendo, eu a sinto, e um enorme vazio no peito se destaca, porque eu escolhi tarde demais, na verdade você escolheu pela simpatia, carisma e aquele olhar.
Sim, o meu ninho, que a acolheu e fez de você parte dele, e não havia diferença entre eu e você, pois éramos um só integrante do ninho, deixamos de ser dois assim que nos tornamos bem mais que amigos.
Hoje meu desejo seria: Retorne, veja o quanto é importante e faz falta ao ninho, o quanto é importante em nossas vidas, o quanto sentimos a tua ausência.
Preciso da minha força de volta.

(Em algum lugar perdido no espaço tempo entre o real e a ilusão.)

MORAES, luiz carlos

terça-feira, 22 de março de 2011

Estrada

Estranho fascínio pelo caminho mais tortuoso, seria tão fácil apenas pegar uma reta e partir.


Embora a estrada a cada dia me chame, ainda estou preso a algo que não sei bem o que é, e a cada vez que eu saio com os cabelos ao vento desejando nada além de dez segundos de paz, para ser livre, mas depois que essa sensação passa, a estranha de necessidade de voltar.


É incrível a influência da noite em minha vida, da lua, das estrelas, e até mesmo das noites em que nenhum farol é suficiente para iluminar por mais de dez metros da estrada.


Ah, essa estrada, me leva até onde eu quero ir, mas me manda de volta com a mesma facilidade.


Sim, eu já considerei não parar em lugar algum, apenas seguindo em frente, até chegar ao fatídico ponto que não há retorno.
Estrada, ela está aí para quem quiser, não importa se vai dar em um beco, uma viela escura com um coração partido e uma faca na mão.
Ou se vai dar em um jardim florido, com uma foste de pedra e uma cascata.
Se vai dar no topo do cerro, ao lado dos eucaliptos, cercas brancas, e uma trilha até a clareira do chimarrão.
Não importa, o importante é não ir na contramão, 'superman' nem pensar, e ainda assim sorrir ao levantar, a estrada não é toda florida e cheia de vida.
Cabe a nós enquanto assim depender, torná-la o mais aceitável e viver, sair um dia sem rumo, e ao final voltar para casa, mas a semente foi plantada.
Algumas coisas não mais farão tanto sentido. Se está indeciso __ Estrada __ .
MORAES, luiz carlos

domingo, 20 de março de 2011

Minha amada, A LUA

Minha amada lua, sim, tão distante, nem posso tocá-la, não sei se tem cheiro, sei apenas que a gravidade por lá é bem menor.
Mas falo de uma lua diferente, não a que os Americanos inventaram que lá estiveram, um lugar físico, embora ela ainda hoje estivesse enorme e imponente refletindo a luz do sol e nos iluminando.
Escrevo sim sobre essa mesma lua, mas não como um lugar de crateras e atmosfera de ar rarefeito.
Escrevo como um poeta escreve sobre sua musa inspiradora, escrevo como se estivesse em um porão com uma pena na mão e um pergaminho, e pelo minúsculo vão entre uma tábua e outra, pudesse enchergá-la e cá de minha masmorra eu apenas posso senti-la, posso vê-la, e é como se as esperanças fossem renovadas, como se visse aquela senhora idealizada pelo meu recriado mal-do-século, como se eu devesse estar a um ou dois séculos atráz.
Eu me perco pelos caminhos do sonho dos devaneios enquanto a observo. Quantas vezes já me acompanhou, e já me serviu como terceiro olho. Quantas vezes me afagou e não me deixou sucumbir, embora eu tenha tentado em meio a chuva e um frio de verão sufocar-me molhado ao relento, ela surgia sempre mandando a chuva embora.
Me perco e nem quero calcular em números, quantas vezes já foi minha única e melhor ouvinte, quantas suplicas a fiz, quantos pedidos, quantos agradecimentos.
Em noites quentes, ou mesmo de um calor insuportável, não considero gastar meu tempo, mas invisto meu tempo a admirá-la.
Repito, tão distante, e mesmo assim tanta admiração mantenho por ti. Como pode me acalmar a ponto de eu esticar-me na grama, e ficar tanto tempo vagando no espaço/tempo e em lugares que nunca estive, mas que me parecem velhos lugares de outrora, de outras vidas talvez. Mas a pergunta que me faço é quantas ainda me restam, e no fundo não me importo, quero mais é gastar todas elas o mais rápido que eu puder.
A lua, ... explêndida, sob a luz dela ... me faltam adjetivos.
Sendo assim, continuarei a amá-la, a admirá-la, e enquanto eu existir, enquanto o Ultra-romantismo me poupar, me tornarei um decadente admirador, e mesmo que eu a alçance um dia ainda assim poderei não ser feliz, mas serei melhor do que hoje sou.
Espero que eu possa sair desse porão e também comtemplar a luz do sol, para que meus olhos parem de doer com a mudança de intensidade da luz, que eles se habituem logo.
A luz que reflete, me faz acreditar, que o que há de belo está na maneira como olho e que talvez esteja em mim, impregnado demais esse amor, mas ainda assim não será hoje que dele me desvencilharei para admirar quem sabe a flor de uma roseira sob o orvalho, o canto do pássaro que acaba de construir seu ninho, preciso apenas forjar minha armadura, e torná-la indestrutível, não recuar perante situação alguma, não importando o quão adversa seja.
Moraes, luiz carlos.

sábado, 5 de março de 2011

Ainda assim um dia

Um dia eu vou cansar, de tanta dor, cansar de achar respostas para tudo, até para o que não tem resposta, mas só para que por alguns instantes eu ache um sentido.
Um dia, eu nem vou lembrar de como é ter um coração, será um dia grandioso, embora o buraco aqui no peito já seja enorme dando indicios desse dia, ainda existem sinais.
Um dia, nada do que escrevi, nada do que eu disse fará sentido, não mais entenderei a grandiosidade dos sentimentos gastos.
Um dia, eu vou estar sentado lembrando de como eu era, e as velhas lágrimas tocarão o meu rosto.
Um dia eu só precisava de um abraço, um carinho, alguém que realmente se importasse, que não fosse um 'tudo bem?' automático, mecanizado.
Um dia eu queria acreditar, mas muito mesmo, e me empenhei tanto nessa tarefa, que passei a acreditar demais.
Um dia eu simplesmente abri os olhos e caiu o pedaço do espelho que me fazia enchergar a distorcida realidade dos sonhos.
Um dia tudo que se quer acreditar, que se sonha aconteçe, mas só você encherga esse mundo paralelo, enquanto tudo desaba.
Ainda assim um dia, tudo muda, você muda, seus sentimentos e ilusões, e se sobrevive enquanto se tolera a carga que lhe é imposta a carregar.
MORAES, luiz carlos