domingo, 20 de março de 2011

Minha amada, A LUA

Minha amada lua, sim, tão distante, nem posso tocá-la, não sei se tem cheiro, sei apenas que a gravidade por lá é bem menor.
Mas falo de uma lua diferente, não a que os Americanos inventaram que lá estiveram, um lugar físico, embora ela ainda hoje estivesse enorme e imponente refletindo a luz do sol e nos iluminando.
Escrevo sim sobre essa mesma lua, mas não como um lugar de crateras e atmosfera de ar rarefeito.
Escrevo como um poeta escreve sobre sua musa inspiradora, escrevo como se estivesse em um porão com uma pena na mão e um pergaminho, e pelo minúsculo vão entre uma tábua e outra, pudesse enchergá-la e cá de minha masmorra eu apenas posso senti-la, posso vê-la, e é como se as esperanças fossem renovadas, como se visse aquela senhora idealizada pelo meu recriado mal-do-século, como se eu devesse estar a um ou dois séculos atráz.
Eu me perco pelos caminhos do sonho dos devaneios enquanto a observo. Quantas vezes já me acompanhou, e já me serviu como terceiro olho. Quantas vezes me afagou e não me deixou sucumbir, embora eu tenha tentado em meio a chuva e um frio de verão sufocar-me molhado ao relento, ela surgia sempre mandando a chuva embora.
Me perco e nem quero calcular em números, quantas vezes já foi minha única e melhor ouvinte, quantas suplicas a fiz, quantos pedidos, quantos agradecimentos.
Em noites quentes, ou mesmo de um calor insuportável, não considero gastar meu tempo, mas invisto meu tempo a admirá-la.
Repito, tão distante, e mesmo assim tanta admiração mantenho por ti. Como pode me acalmar a ponto de eu esticar-me na grama, e ficar tanto tempo vagando no espaço/tempo e em lugares que nunca estive, mas que me parecem velhos lugares de outrora, de outras vidas talvez. Mas a pergunta que me faço é quantas ainda me restam, e no fundo não me importo, quero mais é gastar todas elas o mais rápido que eu puder.
A lua, ... explêndida, sob a luz dela ... me faltam adjetivos.
Sendo assim, continuarei a amá-la, a admirá-la, e enquanto eu existir, enquanto o Ultra-romantismo me poupar, me tornarei um decadente admirador, e mesmo que eu a alçance um dia ainda assim poderei não ser feliz, mas serei melhor do que hoje sou.
Espero que eu possa sair desse porão e também comtemplar a luz do sol, para que meus olhos parem de doer com a mudança de intensidade da luz, que eles se habituem logo.
A luz que reflete, me faz acreditar, que o que há de belo está na maneira como olho e que talvez esteja em mim, impregnado demais esse amor, mas ainda assim não será hoje que dele me desvencilharei para admirar quem sabe a flor de uma roseira sob o orvalho, o canto do pássaro que acaba de construir seu ninho, preciso apenas forjar minha armadura, e torná-la indestrutível, não recuar perante situação alguma, não importando o quão adversa seja.
Moraes, luiz carlos.

Nenhum comentário: